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Daniel da Costa*
Primeiro porque lá o Estado é mínimo
para o povo estadunidense trabalhador, e máximo para as seis famílias
capitalistas donas da indústria de armas, da farmacêutica e alimentícia. Daí,
lá nos EUA, o dito país cristão bonzinho, mais rico do mundo, em que tudo
funciona, não há o nosso querido SUS. Que, infelizmente, muito brasileiro
e brasileira desinformada pela globo e outras só sabem criticar e
não cooperar para o aprimorarmos. E o que isso implica, lá nos EUA?
Isso implica o fato de que, sendo, nos EUA, a saúde um
“produto” de venda como qualquer outro, uma mercadoria, e não uma
condição que implica o direto da pessoa humana de buscá-la e tê-la por direito
humano, graças à civilização construída há pelo menos 2500 anos contra a
barbárie, o atendimento, por um Estado responsável (nem mínimo e nem máximo), e
a terapêutica necessárias por causa da dignidade humana intrínseca, que deve
ser reconhecida e respeitada, implica que lá, nos EUA, não haverá esse
atendimento. Porque lá é o país do capitalismo, ou seja, da barbárie
institucionalizada contra a vida e as pessoas.
Esse respeito à dignidade humana (de todos os seres humanos
sem distinção, como diz a tradição bíblica em Gênesis: porque criados
todos à imagem e semelhança do Criador) faz da pessoa humana não um objeto
dentre os outros. E isso desarma a suposta supremacia das seis famílias que se
consideram como as únicas a serem beneficiadas pelo “estado máximo”
dos EUA.
Como lá nos EUA a saúde é uma mercadoria, lá seu tratamento é
pago, e caro para a grande maioria que lá vive de subempregos sem qualquer
seguridade social. (Segundo dados da ONU de 4 anos atrás, 41 milhoes de pessoas
nos EUA se encontram na miséria. 16 milhões delas são crianças que passam fome.
Fora os milhões e milhões dos subempregos; os que moram em treilers, odiando os
imigrantes e não se mobilizando em união contra o esquema de morte das seis
famílias capitalistas que os esmagam. Fora os milhões e milhões de jovens que
nunca poderão fazer uma universidade, pois lá nos EUA são pagas e caras. Só
restando-lhes os subempregos, o tráfico, o furto, a pornografia e a
prostituição. Aliás, “mercadoria” esta que os EUA, país cristão e
bonzinho onde tudo funciona, é o maior exportador do mundo, no mercado de venda
de carne humana.)
Assim, ao sentir os sintomas do coronavirus, que se
assemelham inicialmente aos de uma gripe comum, o estadunidense preferirá
tratar-se com o que pode em casa, (inclusive, lá nos EUA, se alguém corta o pé
e não pode pagar o curativo, que se costure em casa mesmo, igualzinho aos
filmes da fábrica de ilusões chamada Hollywood que muita gente tola acha
“bonitinho e heróico”. Claro que até a realidade fria e dura lhe
bater à porta. Daí vai ver que não há beleza alguma.)
Assim, como não se trata de uma gripe comum, o estadunidense
vai preferir se cuidar por conta própria do que pagar uma consulta, que lá é
cara. E assim, fica fácil concluir o que isso acarretará, não?
Milhões de pessoas infectadas com coronavirus, achando que é
uma gripe comum, andarão, tossindo, se relacionando com as demais pessoas
e infectando-as, numa cadeia de solidariedade viral exponencialmente
crescente. (Inclusive infectando os ricos e poderosos, pois o vírus é
muito mais democrático em sua destrutividade do que a falsa democracia liberal
que vigora no falso regime de mentiras dos EUA.)
Não acabou, há mais!
Além do fato da saúde lá nos EUA ser uma mercadoria, lá
também não há direitos trabalhistas. Não há licença saúde. E se a pessoa faltar
no serviço, simplesmente não recebe. Daí, ao sentir os sintomas do coronavirus,
pensando que é uma simples gripe passageira, não querendo ou não podendo pagar
pela consulta, assim como não querendo perder o dia de serviço, irá trabalhar
mesmo doente, naquele lindo país cristão, bonzinho que se coloca como muito
preocupado com a crise humanitária na Venezuela, mas na Venezuela! (Crise
humanitária chamada: vontade de domínio das reservas de petróleo e de ouro da
Venezuela pelas seis famílias capitalistas cuja sede e voracidade por poder e
dinheiro não tem fim.)
Daí, é fácil concluir. A pessoa infectada irá trabalhar
doente e contribuirá com o avanço da epidemia do coronavirus lá no país cristão
bonzinho, mais rico do mundo onde tudo funciona, chamado EUA. E, como sempre,
sem que este “progresso dos EUA” não deixe de atingir os outros povos
e países … Afinal, os EUA são tão bonzinhos não? Sempre contribuindo com a
melhoria do mundo.
* Bacharel, licenciado, mestre e
doutor em filosofia pela USP; bacharel em teologia pela Faculdade Teológica
Batista de SP; pedagogo licenciado pela FALC; autor de artigos de filosofia em
veículos especializados e livros coletânea; autor do livro *O cristianismo ateu
de Pierre Thevenaz* (no prelo); tradutor de mais de trinta livros nas áreas de
filosofia, ciências da religião, ciências humanas e teologia; músico
profissional (guitarrista) e jornalista. Colunista do Cartas Proféticas.
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