- A polarização das eleições se dará entre a negação da política e a política tradicional. As pesquisas indicam que Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB) disputam uma vaga no segundo turno pelo flanco da negação da política. A outra vaga no segundo turno, ao que tudo indica, será do preso político Lula (PT) ou do candidato ou candidata que ele indicar.
- Para ir ao segundo turno, o MDB, o PSDB e o DEM terão que derrotar as candidaturas de Bolsonaro, Marina e Barbosa. Mesmo unidos em torno de uma única candidatura, coisa que ainda não parece provável. Fato é que nenhum destes partidos perdem nada em lançar candidato próprio à Presidência. No caso de Temer, então, ele necessita se candidatar para defender seu mandato e, principalmente, para enfrentar os ataques do Ministério Público (MP) e do Judiciário.
- O MDB, como de praxe, terá o maior tempo de TV, que segundo pesquisas, ainda é o meio de informação de maior credibilidade. As inserções na grade de TV, mais que o horário eleitoral gratuito propriamente dito, serão a mais importante forma de comunicação. Ao mesmo tempo, será a principal fraqueza de Bolsonaro, Marina e, ao que tudo indica, de Barbosa, pois estes não dispõe de grandes tempos de TV.
- Após as revelações de roubo de dados pessoais de milhões de pessoas ao redor mundo e de centenas de milhares de pessoas no Brasil, a campanha nas redes sociais terá um papel ainda incerto devido à baixa credibilidade de informações (Fake News), embora saibamos de seu imenso potencial de atingir pessoas (vide as campanhas de Trump nos EUA, e do Brexit no Reino Unido). Fazer campanha nas redes sociais tem o poder de aproximar e criar um relacionamento mais próximo entre o candidato e o eleitor, utilizando um canal de comunicação mais rápido, eficiente, que alcance milhares de pessoas, que seja de fácil acesso a todos e, principalmente, com baixo custo.
- A abstenção pode sim ser o grande fenômeno eleitoral em 2018 como foi na eleição da cidade do Rio de Janeiro em 2016, quando mais de 38% dos eleitores decidiram pela abstenção, brancos e nulos. Nas pesquisas o eleitor pede renovação e ética, mas se nega a participar do processo eleitoral. Com Lula fora da disputa, a tendência é que a abstenção aumente ainda mais.
*É MÚSICO, EDUCADOR E EDITOR DO BLOG DE CANHOTA. ESTÁ COORDENADOR DO NÚCLEO CELSO FURTADO (PT-RJ), MEMBRO DO INSTITUTO CASA GRANDE (ICG) E MEMBRO DO COLETIVO NACIONAL DE CULTURA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).